"Enxugando o gelo, sua realidade segura por um fiapo de cabelo…"


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“Apego pelo tempo, melhor não tê-lo;
segurá-lo, não quero, nem há como contê-lo…”
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Aí vem o tal (indesejado e famigerado) desespero. Desespero de não saber o que fazer. Ou de saber, mas não saber como. Ou de saber como, mas não saber quando… Loucura, sabe? A mesma loucura que te dá quando você fica vendo as fotos recentes dos álbuns do orkut das amigas. Só aquele bando de casal bonitinho. E os scraps “Aiiiiii amigahhh. Casei! Tô tão feliz!!111” ou “Me formei, guxa linda. E passei no concurso X…” ou “Aiiii amiug, tô fazendo o curso que eu sempre quis. Enfermagem é minha vida!” e blá blá blá. Como é que as pessoas sabem tanto o que querem ou o que devem fazer?? Sinceramente, eu não sei. Ou então minha miopia cavalar se transformou numa miopia do tamanho do falo dum jegue, sei lá. Tá todo mundo namorando bonitinho. Naquela onda de casal de propaganda de margarina e tals. Formado, trabalhando, cheios de certezas na vida. E eu aqui… Assim… Desse jeito mesmo que cê tá pensando. Errada! Toooda errada.
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“No último capítulo,
vimos nosso herói encontrar-se em maus lençóis…”
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Aí dá uma doideira… Vai abestalhada, escreve coisas desconexas.! Pensa num monte enorme de besteiras! Pensa: que merda eu tô fazendo aqui? Tirei um 10 na monografia. Ah, ok, massa, supimpa! Me demiti hoje. Êêêê, alegria, alegria! Vou dar um rumo na vida e me picar pra Salvador. Ótimo, lindo, bacana! Bacana? Lá vou eu denovo mergulhar no imenso mar de incertezas dessa vida doida. Acho que ás vezes eu queria ser mais normal. Mais convencional. Me satisfazer com o suficiente, o imutável. Ser como esse tanto de gente que eu recrimino, porque querem continuar no mesmo lugar, fazendo as mesmas coisas… Mas quem pode provar que eu tô certa ou errada? Ninguém, porra! No fundo pode ser que todos estejamos certos. Ou errados. Ou. Ou… Ou sei lá!
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“Corte pra outra cena, sem anestesia.
A liberdade estendida na sua frente tendo um ataque de epilepsia.”
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Tá entendendo algo aí? Eu não tô. Só decidi mais uma vez jogar meu desespero tardio no meu mundo de entojos. Mas quer saber? Acho que eu só precisava agora de um cafuné. Uma palavra de carinho pra aplacar essa ansiedade imensa. Precisava de alguém ou alguma coisa que me pusesse de volta na realidade sem me dizer “Ah, qual é. Deixa de bobagem, menina. Sempre vi você dando nó em pingo d’água, fazendo tudo que queria! Isso tudo é bobagem de sua cabeça. Vai passar…”. Vai passar é o caralho doido de asas!!! Tá, eu sei que vai passar. Tudo passa. Até uva pas… Não! Não vou fazer essa piada infame.
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“Cidadãos passeiam por jardins floridos,
tendo como fundo o céu decorado por mísseis (em queda)…”
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Talvez se meu telefone tocasse agora. Agorinha, neste momento. E do outro lado da linha fosse o cara da TV dizendo “Brisa, você foi contratada! Começa amanhã!”. Ou então o ‘creminho’, dizendo “Ó acabou. Pega a mochila, larga tudo aí, vamos fazer uma viagem só eu e você, mais ninguém!”. Bah! Talvez, talvez. Cansei dos talvezes! Uma coisa eu aprendi na vida, por mais que exista a tal lei da atração (você atrai o que transmite coisa e tal), nem tudo na vida vem bonitinho e fácil como a gente espera. Apesar de eu ser esse doce (hohoho), esse poço de otimismo e coisas afins, até então tudo só veio pra mim feinho e difícil.
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“Subsídio da vida para o cultivo de poetas.
Subsídio da mídia para o cultivo de amebas.”
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Talvez baste eu me conscientizar do dedo podre que tenho (vide comunidade do orkut “Minha vida amorosa é uma piada”) e que vou ter que batalhar que nem uma escrava branca não alforriada pra conseguir o que quer que seja na vida. Quem leu isso até o final, fasfavor de apertar o ALT+F4, oká? Vou assistir tv, ler “Alma Imoral” e dormir pra ver se o aperto no coração passa. Não se aflijam, queridos entojos visitantes. Essa loucura é que nem gripe, dá e passa. E no fim das contas quem me conhece sabe que sou dada a crises repentinas. E do mesmo jeito que elas vêm, vão. Até porque, como já diria nosso grande filósofo Zaratustra: “Tudo passa. Até uva passa!”
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*Trechos da música “Enxugando o Gelo” do poeta das ruas, Bnegão.
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3 respostas para “"Enxugando o gelo, sua realidade segura por um fiapo de cabelo…"”

  1. me identifiquei total!
    affff
    não tô só!! hehe (nao q isso seja bom! =P)

    algo do tipo:
    “Eu quis querer o que o vento não leva
    Pra que o vento só levasse que eu não quero
    Eu quis amar o que o tempo não muda
    Pra que quem eu amo não mudasse nunca

    Eu quis prever o futuro, consertar o passado
    Calculando os riscos bem devagar, ponderado
    Perfeitamente equilibrado

    Até que um dia qualquer, eu vi que alguma coisa
    mudara
    Trocaram os nomes das ruas, e as pessoas tinham
    outras caras
    no céu havia nove luas
    e nunca mais encontrei minha casa”

    *perdidinha*

    tamos aê!!

    bjsssss
    (desculpe pelo comentario imenso! hehe)

  2. Bom post!

    Mas o que dizer? Vc é muito boa em planejar, bLi, mas talvez o problema esteja em planejar muito a longo prazo, e pouco a curto….

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