Autor: entojo

  • lembrar dói

    lembrar de quando a poesia escorria pelos dedos e se entranhava em outros dedos por onde também escorriam poesia, dói. é uma dor fina, porque as palavras estão lá, mas não se encontram mais. foram condenadas à liberdade eterna, a um limbo onde a escrita não é mais etérea, a navegar soltas no espaço sem […]

  • quem é você?

    eu sou o vento da tarde o sentimento misto de medo e liberdade  que se sente na beira do precipício  antes de pular eu sou o que mal começou mas já vai acabar porque se só o presente existe ele acabou de passar eu sou a saudade do mar sou a força da terra que […]

  • água salgada

    chorar lavar os olhos da alma fazer sair tudo o que está preso incrustado no que sobrou do coração partido, esquecido agora molhado pela água salgada que não é do mar mas, se deixar, afoga (ou afaga) eu quero poder chorar no mar sem me preocupar em ter pra quem voltar

  • constatação

    pés ainda cheios de areia para lembrar daquele dia de tempestade

  • segura

    segura, que este tempo será recompensado logo mais segura, porque tudo há de ser vivido com o que a vida lhe traz segura, que a luz que aqui te cega lá vai te iluminar segura, que todo navegador – por mais perdido que esteja – tem certeza de onde quer chegar segura, que quando estivermos […]

  • ludov

    eu sei que você vê tudo que eu faço eu sei que você lê tudo que escrevo escrevo pra você

  • diário de uma pessoa sem smartphone

    diário de uma pessoa sem smartphone

    dia 1 PUTAQUEPARIU JÁ ME ROUBARAM O IPHONE AÍ O MOTOROLA QUEBRA AGORA O SAMSUNG GSDJSUAHANHDGSASJSDFGSJ CARALHO!!!!!!!!!!!! dia 2 não paro de pensar o que o ladrão pode fazer com minhas fotos e vídeos (de gatinhos). estou tendo palpitações estranhas e minha perna fica tremendo sozinha. dia 3 sonhei que o celular aparecia do nada […]

  • lembrar

    acordou num lugar diferente. um quarto branco estranho. um lugar que nunca havia ido antes. a única coisa familiar eram seus diários, que estavam meticulosamente desarrumados numa estante que travava a porta. percebeu que cada diário tinha um bilhete preso na capa, dizendo “leia-me”. ela pensou “pra quê? eu já sei tudo que está escrito […]

  • projeto brisa tolerante | o motivo

    eu não nasci intolerante, mas o mundo, as coisas, as pessoas, as criaturas etc, me fizeram ser assim. também muito da minha vontade, porque existe sim uma diversão deliciosa em ser intolerante, chata, seu saraiva. o caso é que eu senti que estava levando isso a níveis estratosféricos e que uma hora eu só ia […]

  • vadia

    minha poesia é uma puta ruim some no mundo sem dar uma mísera satisfação e quando volta, se volta, quer ocupar seu lugar de “direito” como se nada tivesse acontecido. vadia.

  • eu dancei!

    naquele dia eu dancei loucamente. dancei porque o momento pedia, a oportunidade chamava, a música era deliciosa e não haveria nada melhor pra expurgar demônios. eu ainda não tinha o demônio no ombro esquerdo. hoje não preciso mais expurgar nada, sabe? o bem e o mal vivem em mim e ok, é isso, acabou. mas […]

  • a vdd

    “meu médico disse que eu tenho uma glândula de senso de dever malformada, além de uma deficiência natural em fibras morais – grunhiu para si mesmo – e portanto estou dispensado de salvar universos.” ford prefect – gmg

  • sobre deus

    Deus não é pai, não é brasileiro, não é um piadista. Não curte minissaias, não gosta de drinks, não anda de bicicleta. Deus não é elegante, não é asseado, não é onívoro. Não gosta de preliminares, não faz exercícios, não leu o livro.  Deus, se existe, é uma espécie de aliciador de menores em algum  fliperama gerenciado […]

  • a resposta da letargia

    a resposta da letargia

    sinônimos e anônimos Você mexe e remexe (com) o meu íntimo de uma forma que desestrutura, desmonta e espalha pedaços e desejos por todo este nosso *universo*paralelo*. Fraciona minha unidade e remete todos os meus *eus* ao encontro dos seus *eus* – que não são poucos! – tão desapercebidamente do que faz, como inconsciente da […]

  • verso completo

    eu deitada na cama, branca, nua, cigarro numa mão, caneta na outra, tentando concatenar aquele verso perdido pra colocar no papel. você sentado na poltrona, nu, acendendo o cigarro com aquele zippo que eu sempre quis roubar, me olhando concatenar aquele verso perdido pra colocar no papel. você quem tinha começado aquela poesia e eu me […]