DANÇA


Dança em meu ventre
O sexo tosco,
O beijo sem gosto…
Prazer tão banal.
Afinal, o que há de ser essa dança?
Que enerva, entretém e balança,
O corpo sofrido
E esquecido
Por todos, por nós.
Após o calor indesejado
Sofro em meu canto,
Calado.
Encharcando com remédios toscos
Feridas que não hão de cicatrizar assim.
Para mim
Não há mais emoção.
O que fica é apenas a redenção,
De saber que sou desejada
Mas não desejo.
Perco-me em transes gozosos,
Em sonhos gostosos,
Dum prazer que não hei de venerar
Por ter de esperar,
E que um dia qualquer
Haverá de chegar.

Brisa Dalilla =03/11/2007=


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