Se não for agora, quando?


Tem hora de parar – e tem hora de partir.

Tem hora de permanecer quieto e calado num canto,
e tem hora de cantar e de voar.

Agora,
agora não é hora de dobrar as asas,
nem de calar a voz,
nem de catar gravetos para fazer o ninho.

Agora não é hora de sentir remorsos.

Não é hora de buscar consolo,
nem de caiar o túmulo.

Agora que estou na beirada,
bêbado de alegria
e pronto para o salto,
não me segure em nome de nada.

Não queira impedir-me
dizendo que é muito cedo,
ou que é muito tarde,
ou que está escuro, é perigoso, muito alto,
muito fundo, muito longe…

Não!

Se você não puder incentivar-me para o salto;
se você não puder empurrar-me
em direção à Vida,
então não me segure.

Não me prenda, nem me amarre.

Não envenene com teu medo a minha dança.

Seja só uma silenciosa testemunha desta vertigem.

Porque agora,
agora é hora de voar.

É hora de abrir-me a todas as possibilidades.
E saltar num vôo livre e sem destino
para dentro de mim mesmo.

[Edson Marques]

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