balada da pistoleira

balada da pistoleira

escondo o pranto no canto (surdo).
me fecho, me escondo. escuridão, meu escudo.
anoiteço, amanheço.
de tempos em tempos, entristeço.
caio no mais profundo sono
(porém acordada)
e concordo, apesar de querer discordar,
soltar, gritar!
de tempos em tempos penso em mudar meu mundo,
meu tudo, meu nós, vós, eles (elas)
tantos corpos juntos numa só voz
mas observe: estão todos a sós!
perdendo-se entres beijos, desejos
ensejos de amor sem fim.
é dor demais que permanece
pra todos nós. talvez até pra mim.
não posso, não devo, não tento
nessa loucura de querer demais.
me entrego sempre por inteiro
temo só o que não fica pra trás,
o que ganho ou o que perco
whatever, tanto faz.
e nesse jogo de amar,
que tanto me pede para tentar
insisto tanto em me testar,
que chego a me detestar!
e ainda insisto nessa corrida estúpida
de não saber o que fazer
querer sair, sumir, desaparecer,
já sabendo que não há de acontecer.
ainda não entendo muito de amor.
tudo que consegui foi na base da dor.
mas eu juro que um dia quero entender,
as formas, os corpos, os gostos
as mentiras que fazem viver.
todos somos únicos e especiais
cada um da sua forma
cada um na sua hora
(e passa a bola mão de cola!
que agora não é sua vez mais!)
1, 2, 3
abre-se a cortina para o fim da balada
prevendo o dia em que serei estanque,
calminha, como água parada,
(frase correta e acabada).
não esse desassossego pungente,
longe de ser normal como essa gente.
sou hipócrita com minhas próprias convicções
esqueço dos rostos, nomes, me faço de mudo
esqueço o que falo, o que acredito
só pra depois dizer que foi surto.
isso tudo porque me dá medo de não acertar,
ou de não saber como errar.
medo de me confundir, se não ponderar.
medo de ir embora e medo de ficar.
medo forte, assim, medo sem fim
medo de deixar de existir pra você
(e pra mim)

Brisa Dalilla =27/10/2008=

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