Eleições: Everybody wants to be OBAMA

Eleições: Everybody wants to be OBAMA

São milhares e milhares de matérias falando sobre como esse ano vai haver uma revolução nas eleições, uma diferença de aproximação do candidato com seu público, a tão falada eleição digital. Mas será que vai ser tudo isso mesmo? Pra não usar um termo forte como Eden usou, arrisco a dizer que esse será o ano das escorregadas digitais. Tô exagerando? Então observe o que vem a seguir.
Jorge Corte Real – reconhece esse nome? Se você é de Pernambuco, com certeza vai se lembrar. Empresário, líder sindical, engenheiro e presidente licenciado da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (FIEPE). Lembrou? Só que tem muita gente que não é de PE (incluindo eu mesma) nem sabe de onde surgiu o tal Jorge e viu esta arroba surgindo na sua timeline de repente. E olha que eu tava com tanto sono, que nem participei do buxixo. Só fiquei observando até dormir.
Claro que começaram a pipocar as maiores teorias da conspiração. Dentre elas a principal: será que ele conseguiu burlar o sistema do twitter e adicionar perfis e listas mesmo sem as pessoas aceitarem? No meio da confusão toda surge @inagaki revelando a mágica:

@naoehamor era um perfilzinho daqueles de humor ácido, que postava mensagens do estilo “O amor não faz você sentir-se especial. O nome disso é deficiência física. O amor é outra coisa.” Esse tipo de perfil costuma ter seguidores fiéis e o do @naoehamor já tinha seus mais de 30 mil seguidores, incluindo eu – veja só! Baiana, recém chegada em Pernambuco, não sabia nem de onde vinha nem pra onde ia o tal @jorgecortereal, me vi seguindo o perfil abaixo:
Apenas um tweet, milhares de seguidores e mais de mil listas. Só com um tweet, meu Deus? Não dá… O problema é que os candidatos, que não entendem patavina de internet quando mais de novas mídias, contratam os serviços do primeiro marketeiro que aparece prometendo “Você vai ser o Obama brasileiro”. Pode até ser que não seja velado assim, mas é isso que o cara pensa. “A internet vai me ajudar a ganhar as eleições.” – olha amigo, pode até ajudar. Mas se você não souber o que faz, vai é atrapalhar.
30 mil seguidores sem segmentação, de todos os cantos do país e que nem sabem que você existe, não vão te ajudar a ganhar nada. Pelo contrário, podem se tornar a sua derrocada. Todos já sabem o poder de propagação de uma ação mal feita, não preciso ficar repetindo o mantra “cuidado com o poder das novas mídias” 50 vezes, porque quem tá online vê isso ser repetido a cada 10 segundos.
No fim das contas, o candidato reconheceu o erro, pediu desculpas e tentou se redimir, voltando ao perfil antigo:
Cabe aqui dizer que a atitude não limpou de todo o erro, mas é admirável ver um político voltando atrás e reconhecendo erros, não? É tão raro, que fica até estranho. E fica o recado aos candidatos perdidos na timeline que acreditam em qualquer um que vem dizer “Sou analista de mídias sociais”, “Profissional e especialista em social media”. Não acredite para o seu próprio bem. Todos nós que trabalhamos nesse universo, ainda estamos conhecendo e testando as tais novas mídias. Todos somos passíveis de erro, claro. Mas entenda que você não pode ser o novo Obama. Construir o seu perfil e fazer com que seus eleitores acreditem em você é trabalho de formiguinha, como agora o @jorgecortereal vai ter que voltar a fazer, partindo de seus poucos, mais fiéis, 87 seguidores…

Mais informações no Querido Leitor de @rosana e no Passinho de @RealEden


5 respostas para “Eleições: Everybody wants to be OBAMA”

  1. Essa turma não entende nada de internet, são do tempo do telefone discado e querem tratar o usuário de internet como a televisão trata o telespectador!

    Infelizmente esse é o modelo de político que temos no Brasil. Mas é uma pena que o povo ainda não seja preparado para se organizar de forma satisfatória.
    Ficamos felizes com campanhas do tipo "Cala Boca Galvão", mas não temos a mesma força de mobilização para escolhermos nossos governantes!

  2. Ah, com as eleições acredito que houve outra mudança no twitter, em relação às mensagens diretas. Que eu lembre, antes, você só podia enviar uma DM para alguém que também te seguisse. Agora, depois que passei a seguir a alguns candidatos ao cargo de governador, para saber das propostas, um deles me enviou uma DM, mas não me segue. Antes isso não era possível. Essa mensagem parece que é automática. A partir do momento que vc passar a seguir o político, recebe uma DM. E isso também aconteceu com alguns candidatos a deputado. Seria um serviço do twitter para os políticos?

    José, de S.C.

Deixe um comentário para Ivan Moraes Filho Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado.