não sei mais escrever


definitivamente eu consegui desaprender a escrever. acho que agora está acontecendo o que eu mais tinha medo… eu já não sei mais falar. desaprendi a me expressar. não consigo coordenar frase alguma sem me embolar toda e falar tudo ao contrário, ou sem cair no choro (e querer me enfiar num buraco no chão). agora eu não sei mais escrever. pronto, satisfeito? aí você pergunta “porra, mô véi… comé que não sabe mais se tá aqui escrevendo, sua cretina louca?”. é que eu não sei mais usar metáforas. isso é o ápice de perder a mão na escrita. não sei mais enfiar dentro de frases, palavras e sílabas o viés do meu pensamento. perdi a arte de escrever para que só eu entendesse. perdi a propriedade de falar de coisas que pra mim eram simples. não que o ato de escrever seja igual a esconder ou apenas dizer baboseiras, cara pálida. mas nem tudo que eu digo, quero que seja compreendido de fato. ou que seja sério. e olha, eu sabia fazer isso tudo, meu caro. eu sabia fazer poesia como ninguém. eu sabia até recitar! sabia misturar realidade e ficção em cada conto meloso e crônica dolorosa posta no papel. sabia ser como todo escritor de fato é: mentiroso, arteiro, construidor de castelos de palavras. eu acho que no fundo isso tudo é culpa de lula. é, o nosso amado lulinha paz e amor, ex-presidente desse brasil varonil. ele conseguiu a façanha de me fez odiar metáforas. me fez sacanear todas as analogias que eu ouvia, como mais ninguém conseguiu. e aí que eu perdi a mão (da mesma forma que perco o viço de tempos em tempos). pronto, acho que é bem isso. meu texto reflete meu momento e esse é meu momento. não sei falar, não sei escrever e não sei de mais porra nenhuma nesse caralho desse cu. e se você não está acostumado com os palavrões, não se assuste. talvez eles tenham sido a única coisa que permaneceu. até quando, né? nobody knows. então vão curtir a sexta-feira de vocês, que – se você está lendo isso agora, pessoinha manêra do meu coração mole – você é um desocupado ou um foreveralone da vida. e se não sei mais escrever, você não devia me ler. então se plante e vá arranjar o que fazer, meu filho. tchau e bença (e em bom baianês, que é pra não perder o costume).


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