vice-versa

vice-versa

não me olhe…
me devore,
me toque
e
me molhe.

sinta-me quente,
interna
e   d e m o r a d a m e n t e.

vontade pungente,
indecente,
além do momento
presente.

me receba
e
me escreva.
reproduza meu sexo
em texto desconexo
com seu dedo gentil.

e no ardil
que se mostra,
através do desejo
dito sem portas,
escancare as nossas!
fujamos do trivial!
estrapolemos nosso normal!
traduzamos nosso querer
em poder
de mim pra você
(e vice versa, como queira fazer).

entreveja nos meus sons
o furor,
que mistura nosso tons.
complete-me com teu gosto
esteja disposto
tranforme o oposto
rasgue meu rosto
enquanto eu
aqui, estupefata, me contorço
de vontade.

e recomeço
o conto
que conta o ponto
que fecha a realidade,
que nada mais é
que a verdade.

(não me olhe…
me devore,
me toque
e
me molhe…)

Brisa Dalilla


4 respostas para “vice-versa”

  1. Quando a respiração acelera
    Quando o corpo dilacera
    Quando a fome impera
    Quando é feito sem pressa.

    Mão procura
    Corpo encontra
    Cabeça tonta.

Deixe um comentário para Diva Brito Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado.