Há alguns meses eu venho reclamando que não consigo escrever nenhuma poesia postável. É vero. Veríííííssimo. Encontro-me naquele período risível (e altamente chato) de hiato criativo amoroso. Normalmente isso me estressa pra caramba! Consigo ficar mais chata do que o normal… E olha que eu já sou chata³³³³³³³³!
Eis que ontem eu achei um livro antigo de poesias, perdido no meio da minha estante que anda entupida best-sellers “lista-dos-10-mais-vendidos-da-veja” style. Epitáfio para o Século XX e outros poemas – Affonso Romano de Sant’Anna. Foi como achar um oásis no meio do deserto… Caramba, eu sempre adorei esse livro! Fui relendo, relendo… Relembrando tantas coisas boas, tantas coisas antigas… Conheci as poesias dele na aula de Jailton, meu mais amado professor de Literatura e Artes.
Mas ok, ok… Isso (especificamente) não vem ao caso, agora. O importante nesse balaio todo é eu ter achado essa poesia abaixo, pela qual eu sempre fui apaixonada, e observar que se não totalmente , ela me redime um pouquinho de ficar tão chateada com o tal hiato criativo amoroso. Consegui entender que não preciso necessariamente escrever poemas de amor no papel. Posso escrever e “poetizar” de outra forma, mais lúdica até: VIVENDO O AMOR…
Como não pensei nisso antes? Acho que continuo meio lerda para pieguices…
ARTE FINAL
Affonso Romano de Sant’Anna
Não basta um grande amor
para fazer poemas.
E o amor dos artistas, não se enganem,
não é mais belo
que o amor da gente.
O grande amante é aquele que silente
se aplica a escrever com o corpo
o que seu corpo deseja e sente.
Uma coisa é a letra,
e outra o ato,
quem toma uma por outra
confunde e mente.