Pra ler ouvindo: http://goo.gl/7K4J
E aí que você se apaixona por uma coisa não palpável. Uma brisa bem suave numa tarde quente de domingo. Você sente profundamente a impressão em seu rosto. Você quer ter aquilo para si, aquela sensação diferente, todo o tempo, todo minuto, todo segundo, por toda a vida. Mas eu te pergunto: você consegue prender uma brisa suave em suas mãos? Diga-me sinceramente, do ponto de vista biológico, físico, químico da coisa. Consegue isso? Não… Claro que não. Você sente a brisa, você se delicia com o vento e a sensação de frescor que ela lhe proporciona. Você pede que na tarde de calor de segunda-feira a mesma brisa venha lhe trazer as mesmas sensações. Você divide a brisa com seu mundo, com outras pessoas, outros lugares, outros tempos, outros momentos. Divide o calor que está sentindo e ao mesmo tempo em que ela vem aplacá-lo, você quer que volte a fazer o mesmo calor (ou pior, até), para que ela volte e volte e volte. Recorrentemente. Construa um forte, uma sala fechada, isolada de tudo e prenda a brisa. Vamos lá, quero ver… Quero ver você prendê-la mesmo. Ou então – se não conseguir – faça com que ela entre pela porta e fique rodando, fechada, silenciosa, sutil, tentando aplacar um calor inexistente. Você pode fazer isso? Diga-me, do fundo da sua alma, você pode? Pode ser que crie uma forma mecânica de fazer com que ela continue a soprar. Mas não é isso que você quer, não é? Você quer a mesma combinação estranha de frescor, força e suavidade. Você quer a sutileza e dança confusa da brisa de verdade. Você, no fundo, quer tudo que poderia sentir se a brisa estivesse livre. Sendo o que deve ser e o que foi criada para ser. Ora uma rajada suave. Ora tufão em agitação contínua. Ora um vento fraco e agradável. Brisa. Apenas brisa.
5 respostas para “let me be breeze”
Aí, como gosto de ler seus textos, cada dia que passa, a cada leitura, fico mais fã!
UM BEIJO!!!
Com carinho, açúcar e afeto
Aí, como gosto de ler seus textos, cada dia que passa, a cada leitura, fico mais fã!
UM BEIJO!!!
Com carinho, açúcar e afeto
Como dizia "o Poeta":
"Brisa…
É alma que não se cala;
Palavra que tira de tempo;
Transbordo de sentimentos…
Não é sopro, nem é vento;
É livre, leve e solta;
É ar em movimento…"
Ainda não sei se é impossível prender a Brisa. Impossível mesmo, é não se prender a Ela…
Pedro Camena
(seu criado e sua cria)
saudade de vc…
Ninguém se atreve a prender a brisa.