Categoria: #contos

  • eu dancei!

    naquele dia eu dancei loucamente. dancei porque o momento pedia, a oportunidade chamava, a música era deliciosa e não haveria nada melhor pra expurgar demônios. eu ainda não tinha o demônio no ombro esquerdo. hoje não preciso mais expurgar nada, sabe? o bem e o mal vivem em mim e ok, é isso, acabou. mas […]

  • verso completo

    eu deitada na cama, branca, nua, cigarro numa mão, caneta na outra, tentando concatenar aquele verso perdido pra colocar no papel. você sentado na poltrona, nu, acendendo o cigarro com aquele zippo que eu sempre quis roubar, me olhando concatenar aquele verso perdido pra colocar no papel. você quem tinha começado aquela poesia e eu me […]

  • janela de vazio

    janela de vazio

    era estranho que ela se visse mais uma vez presa naquela mesma folha de papel em branco. há poucos dias o seu mundo era uma aquarela tão linda, tão cheia de cores! mas vai ver que o lugar dela fosse mesmo lá, não é? uma folha de papel sem nenhuma linha, nem cor, nem desenho, […]

  • rascunho

    rascunho

    nunca fui boa em desenhar rostos, mas o seu eu queria gravar de alguma forma. dali a alguns meses você estaria sei lá onde e eu ia ficar aqui apenas com lembranças meio perdidas. e eu sou péssima com isso de lembrar… logo você ia virar um cheiro, sabe? aquele cheiro particular que quando eu […]

  • detrás

    você prende meus pulsos atrás do pescoço e eu não sei como começar a te contar toda a verdade. mesmo assim, começo. temos sempre que começar de algum lugar, não é? eu não sou nada disso que você vê, muito menos o que digo. eu não sei exatamente de que matéria fui feita pra ser […]

  • NOVA BOSSA, BOSSA NOVA

    NOVA BOSSA, BOSSA NOVA

    O instinto foi ativado pela música suave que saía do violão antigo. Chegou, de repente, uma vontade estranha de extravasar, que se confundia com a imperatividade daquela melodia. Tudo era tão entorpecente que fez com que ela se rendesse e se deixasse levar pela batida mansa que a enfeitiçava. Inebriada. Ela estava totalmente entregue ao […]

  • tinto.

    era difícil respirar naquele espaço ínfimo. ainda mais sendo o espaço ínfimo dentro de si mesma. era escuro e nefasto, como os sonhos/pesadelos que embalavam a noite. mas ele era sutil e silencioso. chegava bem manso, bem lento, rastejando como animal em caça ao encontro dos seus sentidos. e era belo e alvo, calmo e desvairado. era […]

  • quando eu era vento

    Quando eu era vento, ia bem devagar em seus sonhos te visitar. Passeava em seus pensamentos, absorvendo cada momento e consertando as partes quebradas com minha mágica. E era tão fácil ser assim, leve como o vento, fazendo esse bem por ti… Mas certo dia tentei entrar por sua janela e a encontrei fechada, impedindo-me […]