perigo


o tempo nada faz para impedir que se crie na minha mente esperanças de novidades, de mudanças, de acordos diferentes com a vida. penso que se pudesse saltar profundamente sobre todos os planos de não ter planos, tudo seria mais fácil e palpável. o fato de que eu queira não querer algo, quer dizer que não vai acontecer? au contraire. acontece. o querer vem ainda maior. entra e invade tudo que não deveria, não poderia, não bastaria. acaba por trazer a meu mundo possibilidades infinitas, inspirações loucas, vontades excusas. acaba por fazer crescer o desejo de que o desejo não arrefeça nem por um segundo sequer. aí que entendo que sou movida por isso. por todas essas vontade óbvias, que naturalmente vem e vão em um espaço curto de tempo. deu vontade? sigo sentindo. passou? vamos ao próximo desejo. viver controlando as tantas faces de minhas vontades é que é perigoso. perigo é não sentir, não fazer, não viver. perigo é se ver um dia parada no meio de seus próprios sentimentos não sentidos. perigo é deixar de entender como o sentir é belo e gostoso de ser vivido.
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3 respostas para “perigo”

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