Teu cheiro é ânsia nos sentidos,
É carne na carne,
É fogo na entranha.
É provocação dum corpo
De tamanho prazer,
Que o ser se cansa de ser!
Onde a alma peca,
E então rasga-se a beca,
Deixando-se envolver…
A carne da boca,
É voluptosa e quente.
O seio é quente
E a vontade é ardente!
E a teu corpo inerte
Me entrego
Num sôfrego canto.
Num frêmito de espanto,
Do escárnio à dança,
Onde o ventre não cansa
De tentar sufocar.
E se alma é puro pejo,
Entrega-se ao desejo!
Pois o que se vê é real,
É pecado mortal.
E só dois corpos completam
A real essência do ser…
E se a dúvida permanecer,
Venha ser meu prazer!
Que tua alma haverá de cometer
Esse crime passional,
E o prêmio será, afinal
O grito rouco, do prazer carnal…
Brisa Dalilla =05/2003=