Não é cacau.
Não é água, açúcar, nem sal.
É triste e normal.
É sol que aquece por igual.
Não é simplesmente,
Algo que ensine essa gente.
É passado esquecido,
Sempre sofrido.
É compasso sem notas,
É dissonante
E vai e volta.
É o presente que sai pela porta
Para nunca mais voltar.
Não é tão distante,
Mas engana o cego errante.
E encrava a unha no instante
Que o tempo controla o próprio tempo.
Não é nada feito de rima.
É palavra que se joga lá de cima.
É desgaste, desentendimento, sofrimento.
É sujo, jogado, mal-cuidado,
Como o sapato que te calça apertado.
Esqueça a falsa verdade.
Esqueça a parca felicidade.
E viva alimentando com toras
A fornalha da vontade,
De finalmente entender o embate
Que há entre a palavra e o poeta
Numa quente manhã incompleta.
Brisa Dalilla =03/11/2007=