escancarada


Sua voz, quando fala, é um grito.
Sua história, quando contada, é um mito.
E sua esperança permanece além do que espero.
Além do que ela haveria de esperar…

Escancarada.
Mal vista, mal quista, mal falada.
Ora. Então seria um mero acaso,
Que o destino lhe reservasse tal fim?

Mas como fim, menina?
Esta passagem é apenas o começo.
A vida não é um longa espera,
Nem breve primavera,
Como alguns esperam que seja.

Escancarada é.
E viver pra ela vai ‘quase sem querer’,
Sem difuculdades, nem dor.
Passando pelas pessoas e pelos fantasmas
A se perguntar se a forma que lhe olham
É real…
Ou ilusão de ótica.
Ilusão duma ótica mal inerpretada por ela…

Escancarada ela vai.
E você a trata com desdém.
Mas saiba que ela faz sua história
Sem tentar agradar ninguém.
Talvez, quem sabe, no máximo
Seu alter-ego violento.
O dito entojo da alma,
O alento e desalento.
A sua falta de calma.

E lá, no corpo da menina (moça) escancarada,
Convivem harmoniosamente duas formas de ser.
A que você quer ver,
E a que ela é.

Ou não é, ou não diz, ou não sabe.

Não deixarei o mistério tão fácil de se descobrir.
Para desvendá-lo, caro amigo, basta sentir.

09/05/2006


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