palácio das dores aladas


ela voava sozinha,
pairando desavisada.
mal sabia que entrara
no palácio das dores aladas.
.
elas a cercavam, num só coro,
e mais que rapidamente.
dores em diversas cores,
a mostravam mil sentimentos diferentes.
.
dores por cima de dores
cobertas no escuro, de luz prateada,
e a menina confusa e paralisada
seu pranto entoava (ou destoava…)
.
pequenas e singelas, povoando seu céu
iam caindo uma a uma, as dores
repousando ou jazindo, inertes
numa suja e silente folha de papel
.
refestelavam-se, divertidas, em cores
ao sentir sua dor tão pungente
achando graça de tantos horrores
que afetavam o coração pequenino e doente
.
as dores e suas infinitas cores,
mostram que nada acabou
que os tempos, espaços e as flores
crescem no vento do que sobrou
.
e que a vida há de ser, sim, colorida
em chegadas e breves partidas
para lembrar que o que vive é o amor
recheado das cores que trazem a dor.
.
Brisa Dalilla =21/12/2008=
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